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Este Blogue tem como objectivo a discussão da violência em geral e da guerra na Pré-História em particular. A Arqueologia da Península Ibérica tem aqui especial relevo. Esperamos cruzar dados de diferentes campos do conhecimento com destaque para a Antropologia Social. As críticas construtivas são bem vindas neste espaço, que se espera, de conhecimento.

Guerra Primitiva\Pré-Histórica
Violência interpessoal colectiva entre duas ou mais comunidades políticas distintas, com o uso de armas tendo como objectivo causar fatalidades, por um motivo colectivo sem hipótese de compensação.


Tuesday, 7 April 2009

O arco

Por Luis Lobato de Faria


Segundo Eiroa et. al. (1999, p.339): "Uno de los más importantes inventos del Paleolítico, de consecuencias realmente revolucionarias, fue, sin duda, el del arco (Rozoy, 1989)".
Para Guilaine e Zammit (2002, p. 81): "el arco funcionaria aún mejor. Pudo haberse inventado a finales del Paleolítico Superior (hacia el -12000/-10000), ya aunque algunos investigadores lo retrotraen al Solutrense (hacia el -20000)…".
O´Connell (1995, p. 36) descreve o arco como: "Dispositivo verdadeiramente engenhoso, tira vantagem de uma série de princípios mecânicos que lhe aumentam o poder letal ao mesmo tempo que lhe conferem grande leveza e porte fácil. Como permite, primeiro, a reserva, depois, o emprego súbito de energia humana, o arco simples aumentou consideravelmente o alcance (até cinquenta metros) e a velocidade (até setenta metros por segundo), capitalizando na forma do projéctil (comprido e fino) para converter eficazmente essa energia em poder de penetração.".
Eiroa et al. (1999, p.339) acrescenta: "En ensayos de arqueología experimental, un proyectil armado con una punta foliácea de pedúnculo y aletas, lanzado por un arco simples, ha atravesado limpiamente un cuerpo de oso a 50 m. La flecha, de 90 cm, alcanzó una velocidad de 100 km/h.".
Os investigadores que encontram a origem do arco, no Solutrence, baseiam-se, segundo Guilaine e Zammit (2002, p. 81): "…ya que en esta época se desarrolaron puntas de pedúnculo y aletas susceptibles de insertarse en varillas de madera (Garanger, 1992, p. 502; Munoz Ibáñez, 1999, p. 33)". Ainda segundo este autor: "los ejemplares fragmentados hallados en Stellmor, cerca de Hamburgo, podrían datar del Ahresburgiense, hacia el IX milenio a.C. En este yacimiento se recuperaron un centenar de flechas, entre 85 y 100 cm de longitud, hachas com madera de pino: con emplumado y el extremo hendido, preparado para encajar el proyectil de sílex.".
Nas palabras de Eiroa et al. (1999, p. 339): "…a finales del paleolítico, el arco podía usarse en diversas partes del Viejo Mundo y, desde luego, era habitual en le Mesolítico, como lo demuestran los hallazgos del pantano de Holmgaard (isla de Zeeland, Dinamarca)…".
Guilaine e Zammit (2002, p. 82) continuam: "…Tallados en madera de olmo, los dos arcos de Holmegaard (Dinamarca) tienen respectivamente 1’50 y 1’60 metros de desarrollo…Ambos se fechan entre el VIII y el VII milenios (Maglemosiense).". Estes autores trazem-nos mais exemplos: "…el arco de Muldjerg, de 1’70 de largo y tallado en madera de olmo, o el de Branband, incompleto e tallado en madera de fresno (…) en Vis-Moor I en la región de lago Sindar, destaca un modelo convexo, asimétrico…En el mismo yacimiento existe otro tipo de arco, del que sólo tenemos un fragmento. Se trata de un arco de doble curvatura. Esta pieza demonstra que el tipo de doble curvatura es muy antiguo, contra la opinión de algunos investigadores que suponían que esta forma era evolucionada y de época protohistórica.".
Segundo Eiroa et al. (1999, p. 339): "…y las puntas óseas del Auriñaciense pueden haber sido, en algunos casos, armaduras para flechas…".
Na Arte paleolítica temos indivíduos, que parecem feridos por projécteis, desde há 21000 anos, em Itália na Cueva de Paglicci (Guilaine e Zammit, 2002, p. 74).
Segundo Eiroa et. al. (1999, p. 339): "…las controvertidas representaciones de Laussel (Auriñacience) y Tois Fréres poderián incluir arcos…".
A evidência mais clara do uso de arcos e flechas na guerra primitiva, chega-nos pela Arte Rupestre Levantina da Península Ibérica, datada do Mesolítico. Aqui temos grupos distintos armados com arcos e flechas que se confrontam em verdadeiras batalhas, uns movem-se em formação, outros disparam os seus arcos e outros encontram-se mesmo crivados de flechas (Mateo Saura, 2000).
Os arcos representados variam entre pequenos arcos convexos e arcos compridos por vezes de dupla curvatura (Guilaine e Zammit, 2002).
Outras evidências do uso do arco na guerra primitiva pré-histórica chegam-nos pela Bioantropologia, com a existência de perfurações e projécteis cravados nas ossadas humanas.
Eiroa et al. (1999, p.339-338) comenta um dos casos: "…la espectacular necrópolis de Jebel Sahara, cerca de la actual Asuán, que se fecha hacia el 10000 a.C., contenía 60 muertos por disparos de flechas, todos varones. Algunos cadáveres aún tenían las puntas líticas de los proyectiles clavadas en sus huesos…".
Na Península Ibérica temos San Juan Ante Portem Latinam, este abrigo, usado como fossa comum no Calcolítico, apresenta os restos osteológicos humanos de 289 indivíduos com nove feridas por projécteis (Vegas et. al. 1999 apud Kunst, 2000, p. 132-133).
Palomo i Pérez e Gibaja Bao (2003) no estudo do hipogeu Calcolítico de Can Mortorell recuperaram 68 pontas de seta de aletas, destas 80% apresentavam fracturas e 20% estavam mesmo inutilizadas, os autores levantam a hipótese de estas terem chegado cravadas nos corpos.
Outro arco interessante é o do Homem de Hauslabjoch (Otzi), do Neolítico Final, é feito de teixo e mede 182 cm, é interessante pois o seu portador mede apenas 160 cm (Spindler, 1995). Ainda segundo este autor o arco não está acabado e na aljava do Otzi encontram-se algumas setas também inacabadas, entre o equipamento deste existe tudo o que é necessário para produzir e acabar o arco e as setas. O próprio Otzi parece ter sido abatido por um tiro de arco e flecha pelas costas tendo a seta ficado alojada no seu corpo.
Os arcos são também muito usados na guerra primitiva das sociedades etnográficas por vezes com venenos. O arco foi uma arma de eleição de muitos povos históricos, foi arma de nobres e plebeus, dependendo das culturas.


Referências:
EIROA, Jorge Juan; GIL, José Alberto Bachiller; PÉREZ, Ladislao Castro; MAURANDI, Joaquín Lomba (1999) – Nociones de tecnología y tipología en Prehistoria. Barcelona: Editorial Ariel S.A.
GUILAINE, Jean; Zammit, Jean (2002) - Le sentier de la guerre : visages de la violence préhistorique. Paris: Éditions du Seuil.
KUNST, Michael (2000) – A Guerra no Calcolítico na Península Ibérica. Era- Arqueologia. 2, p. 128-142.
MATEO SAURA (2000) – La Guerra en la Vida de las Comunidades Epipaleolíticas del Mediterráneo Peninsular. Era- Arqueologia. Lisboa: Colibri 2, p. 110- 127.
O’CONNELL, Robert L. (1995) – História da Guerra, Armas e Homens. Teorema. Lisboa.
PALOMO I PÉREZ, Antoni; GIBAJA BAO, Juan Francisco (2003) – Análisis tecnomorfológica/funcional i experimental de las puntes de flexta. In La costa de can Martorell (Dosrius, El Marcéeme). Laietania. 14, p. 179-214.

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