Por Luis Lobato de Faria
Caracterizado pelo uso de armas mortais, embora o objectivo não seja matar o adversário, aqui ainda temos o controlo da agressão, os indivíduos não desencadeiam os impulsos agressivos de maneira espontânea, controlam-se e desencadeiam a sua agressividade no momento preciso.
Caracterizado pelo uso de armas mortais, embora o objectivo não seja matar o adversário, aqui ainda temos o controlo da agressão, os indivíduos não desencadeiam os impulsos agressivos de maneira espontânea, controlam-se e desencadeiam a sua agressividade no momento preciso.
Segundo Jones (1980, p. 98 apud Carman, 1997, p.18) o duelo é: "…an example of institutionalized combat with rules to be fallowed…".
Otterbein (2004, p. 6) estudou o duelo e encontrou quatro características: o combate é efectuado com armas letais e semelhantes; as condições são combinadas, como as armas, o local, a hora e aqueles que podem estar presentes; os duelistas pertencem à mesma classe social; os motivos variam desde preservar a honra, passando pela vingança até à morte de um rival. Este autor verificou que entre as sociedades de tipo bando os duelos não existem ou são raros, a partir das sociedades tribais os duelos ocorrem entre guerreiros de elite pertencentes a grupos políticos diferentes ou não.
O duelo está presente em várias sociedades primitivas (Dennen, 1995, p. 95), entre os Yanomamo temos lutas de proximidade com os clubs-fight (Chagnon apud Otterbein, 2004, p. 202) e na Nova Guiné duelos de arqueiros entre os Baruyas (Godelier apud Guilaine e Zammit, 2002, p. 49).
No entanto estes duelos podem rapidamente acabar em batalha campal, como por exemplo entre os Murngin da Austrália (Warner apud Keeley, 1997, p. 149).
O duelo na sociedade europeia tem as suas raízes nos poemas Homéricos, passando pela comparação de Clausewitz com a guerra, está associado a um ideal romântico e masculino de guerreiro. O duelo, apesar das diversas leis pela Europa fora que o proibiam, perdurou até ao séc. XIX, assimilando mesmo os avanços tecnológicos como as armas de fogo.
Pela Arqueologia chegam-nos representações de duelos como a luta com machados dentro de um barco de Fossum na Suécia (Harding, 2003, p. 270) ou da Península Ibérica os duelos de arqueiros da Arte Levantina.
Mas como refere Vandkilde (2006, p. 62) em relação às representações suecas: "…the sport-like duels doubtless were only one component of warfare pattern that included pirate expeditions, raids and other kinds of warfare."
Referências:
CARMAN, John, ed. (1997) – Material harm. Glasgow: Cruithne Press.
DENNEN, John Matheus Gerardus van der (1995) – The Origin of War: The Evolution of a Male Coalitional Reproductive Strategy. Groningen: Origin Press.Dicionário da Língua Portuguesa (1998). Porto: Porto Editora.
GUILAINE, Jean; Zammit, Jean (2002) - Le sentier de la guerre : visages de la violence préhistorique. Paris: Éditions du Seuil.
HARDING, A. F. (2003) – Sociedades Europeas en la edad del Bronce. Barcelona: Editorial Barcelona. 1.ª Edición.
KEELEY, Lawrence (1997) - War before civilization: The myth of thepeaceful savage. Oxford: Oxford University Press.
OTTERBEIN, Keith F. (2004) – How war began. College Station: Texas A&M University Press.
OTTERBEIN, Keith F. (2004) – How war began. College Station: Texas A&M University Press.
VANDKILDE, Helle (2006) – Archaeology and war: presentations of warriors and peasants in archaeological interpretations. In OTTO, Ton; et. al., eds – Warfare and society: archaeological and social anthropological perspectives. Aarhus: Aarhus University Press, p. 57-63.
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